Mais de metade das mulheres em Portugal querem abrir o próprio negócio
6 de março de 2025 | Lisboa
· A percentagem de mulheres que querem abrir os seus próprios negócios é a maior a nível europeu(62%), ultrapassando largamente a média (40%)
· Cerca de metade das mulheres portuguesas (47%) também desenvolve atividades paralelas, para além do trabalho diário
Portugal é o país europeu onde o espírito empreendedor é mais elevado entre as mulheres – em especial nas gerações mais jovens – numa tentativa de perseguir os sonhos, obter independência financeira, melhorar a flexibilidade da vida profissional e pessoal e fazer a diferença no mundo.
O novo estudo da Mastercard, divulgado antes do Dia Internacional da Mulher 2025, revela que mais de metade das mulheres em Portugal (57%) identificam-se como empreendedoras, uma percentagem que ultrapassa substancialmente a média europeia (18%), com duas em cada cinco (39%) a afirmarem ter planos para avançar com a abertura de um negócio próprio. Para as mulheres da geração Z, essa percentagem aumenta para mais de metade (63%).
As mulheres da geração X, que nasceram entre 1965 e 1980, são as mais propensas a considerarem-se empreendedoras (63%), seguidas pelas millennials (60%).
Quando questionadas sobre as motivações para iniciar o seu negócio, as razões mais citadas entre as mulheres em Portugal são a flexibilidade de horários (59%), um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (47%) e uma maior autonomia (39%) – tanto a nível profissional como pessoal.
O estudo revela também que cerca de metade das mulheres portuguesas (47%) desenvolve atividades paralelas, para além do trabalho diário, um fenómeno também designado por "side hustle" – numa percentagem bastante superior à média europeia (26%). O principal motivo está na vontade de ganhar mais dinheiro (75%), alcançar a independência financeira (37%) e criar uma rede de segurança (36%). O número de mulheres que desenvolvem projetos ou negócios, para além do seu trabalho habitual, também sobe entre as mulheres da Geração Z (54% VS 37%) e das millennials (55% vs 31%).
Educação é setor preferencial para portuguesas criarem negócio próprio
Os setores em que as mulheres portuguesas têm maior probabilidade de criar um negócio são os da educação, por exemplo, tutoria (15%) ou comércio online (14%) e na hotelaria e lazer (12%). Os homens, por outro lado, são quatro vezes mais propensos a investir no setor de tecnologia e informática (15% homens vs. 4% mulheres).
Já a nível europeu, os sectores nos quais as mulheres disseram ter mais vontade de abrir o um negócio são:
· Comércio online (11%)
· Alimentação e bebidas (11%)
· Hotelaria e lazer (10%)
· Educação (ex.: explicações) (10%)
· Cosmética (ex.: beleza, maquilhagem) (10%)
Ainda a nível europeu, o top 3 dos sectores nos quais as mulheres têm menor probabilidade de começar um negócio estão as Utilities (1%), tecnologia (1%) e serviços jurídicos (1%).
Obstáculos enfrentados pelas mulheres empreendedoras em Portugal
Apesar da evidente vontade de criarem um negócio, o estudo mostra que muitas mulheres em portuguesas enfrentam ainda um conjunto de obstáculos.
Um terço das mulheres (35%) acredita não ter possibilidade de criar uma empresa - em comparação com 28% dos homens -, uma percentagem que sobe para 41% no caso das millennials contra 34% dos homens desta geração. Os principais desafios incluem a falta de dinheiro para investir (57%), o desconhecimento sobre os recursos mais adequados (27%) e dificuldades em conciliar a atividade com o emprego atual (23%). A falta de confiança também é um dos entraves mencionados, sendo referido por 18%, o dobro comparativamente aos homens (8%).
Entre as empresárias que já deram o primeiro passo, uma em cada cinco (18%) relataram dificuldades em saber por onde começar, enquanto 24% citaram a obtenção de financiamento e ter de manter outro emprego para garantir um rendimento regular como sendo o maior obstáculo (16% contra 9% dos homens). O medo do fracasso é a principal fonte de preocupação de 57% das mulheres, contra 43% dos homens, além da falta de experiência (35% mulheres vs. 22% homens).
Na Europa, as mulheres que já fundaram uma empresa também dizem que lutam desproporcionalmente com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e o facto de terem de cuidar de familiares foram um desafio ao iniciar seu negócio (15%). As mulheres empresárias são também mais propensas do que os homens a dizer que têm uma maior dificuldade em abandonar o trabalho nos feriados (48% contra 42%), têm mais dificuldade equilibrar a assistência aos filhos (35% contra 33%) e faltar para tirar férias (36% contra 29%).
Apoio para crescer: Formação e mentoria são essenciais
Quando questionadas sobre qual o apoio que ajudaria as mulheres a ultrapassar estas barreiras e a sentirem-se mais confiantes para criar o seu próprio negócio, algumas das respostas mais comuns são a formação sobre como desenvolver um plano de negócios (28%) e um maior acesso a subsídios para pequenas empresas (26%).
As mulheres empresárias inquiridas também consideraram a mentoria e o acesso a uma rede de pares benéficas para o crescimento do seu negócio (33% vs. 27% dos homens e 31% vs. 27% dos homens, respetivamente).
Na contratação de novos talentos, 40% das mulheres das mulheres empreendedoras destacam a criatividade e inovação como fatores essenciais (vs. 29% homens), e 24% salientaram a importância dos colaboradores terem competências digitais (vs. 18% homens).
Literacia Financeira: mulheres portuguesas menos confortáveis em lidar com investimentos e financiamento
O estudo da Mastercard mostra que metade das mulheres portuguesas (52%) sente-se confortável em lidar com conceitos financeiros básicos, como hipotecas e empréstimos, um valor que sobre ligeiramente para 57% no caso dos homens. Embora ambos os géneros sintam o mesmo grau de conforto na gestão de poupanças (86%), os homens demonstram uma maior confiança na gestão de investimentos (73% mulheres vs. 82% homens), contas de reforma (76% mulheres vs. 80% homens) e financiamento (68% mulheres vs. 73% homens).
Quando se trata de tomada de decisões financeiras como competência empresarial, apenas 29% das mulheres sentem-se confiantes, em comparação com 48% dos homens. Curiosamente, tanto homens quanto mulheres consideram as redes sociais uma boa fonte de educação financeira(72%).
Geração Z orientada para o propósito
· As mulheres da Geração Z na Europa são mais propensas a querer começar um negócio para fazer "algo de bom para o mundo" (19% contra 13% das Millennials, 14% da Geração Z e 16% das Baby Boomers). Em Portugal, homens e mulheres têm um nível semelhante de interesse em abrir o seu próprio negócio (62% mulheres vs. 59% homens), mas cerca de duas em cada cinco mulheres (39%) e 42% dos homens ainda não o fizeram. Este número aumenta para mais de metade (56%) entre as mulheres da Geração Z.
· Das que já iniciaram o próprio negócio, as mulheres da Geração Z são significativamente mais propensas a dizer que o fizeram para perseguir o seu sonho (50%) do que as Millennials (39%), a Geração X (32%) ou as Baby Boomers (33%).
· As empresárias da Geração Z na Europa também são mais propensas a dizer que foram motivadas pela crença de que sua ideia pode mudar vidas para melhor (20% contra 16% da média das mulheres europeias).
Como reflexo disso, a educação e os cuidados infantis estão entre os três principais setores em que as mulheres europeias da Geração Z gostariam de começar um negócio, enquanto os cosméticos são, de longe, o setor mais popular, uma tendência que não é vista entre nenhuma outra geração na Europa.
Paloma Real, Western Europe President da Mastercard, afirma: «As mulheres empresárias têm sido fortes impulsionadoras do crescimento económico e da melhoria da vida de todos. Queremos celebrar o progresso alcançado e a crescente aspiração das mulheres de gerirem os seus próprios negócios, sobretudo as gerações mais jovens, mas as conclusões do nosso estudo revela que as mulheres enfrentam ainda alguns desafios. Estas barreiras, além de impedirem a concretização das aspirações individuais, limitam o potencial total da nossa economia. Na Mastercard, estamos empenhados em promover uma economia digital mais inclusiva e em dotar as pequenas empresas das ferramentas, redes e apoio de que necessitam crescer de forma sustentável e prosperar.»
Em toda a Europa, a Mastercard lidera iniciativas que apoiam os empresários e os seus negócios. Isto inclui a Strive EU, que concedeu apoios de até 500 mil euros a organizações inovadoras que contribuem para o crescimento de micro e pequenas empresas em toda a UE, e a Strive UK, que alcançou mais de um milhão de pequenas empresas do Reino Unido, mais de metade das quais são lideradas por mulheres.
Para mais informações sobre as iniciativas da Mastercard para apoiar pequenas empresas, consulte Soluções para Pequenas e Médias Empresas | Soluções de Pagamento Mastercard
Metodologia
O estudo foi encomendado pela Mastercard à agência de pesquisa independente Opinium, cujo trabalho de campo foi realizado entre 16 de dezembro de 2024 e 3 de janeiro de 2025, em 41 países da América do Norte, América Latina, Ásia-Pacífico, Europa, Oriente Médio e África. Incluía:
- 42.500 população em geral
- 4.300 empreendedores / fundadores
- A lista completa de países pesquisados: Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Áustria, Irlanda, Bélgica, Noruega, Dinamarca, República Tcheca, Grécia, Polônia, Países Baixos, Suécia, Portugal, Eslováquia, Suíça, Índia, Indonésia, Singapura, Austrália, China, Tailândia, Coreia, África do Sul, Nigéria, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Turquia, Quénia, Egito, Ucrânia, Marrocos, Brasil, México, Colômbia, Argentina, Chile, Canadá, EUA.
Sobre a Mastercard
A Mastercard (NYSE: MA), www.mastercard.com, é uma empresa global de tecnologia no setor de pagamentos. A nossa missão é ligar e impulsionar uma economia digital inclusiva que beneficie todos, em todos os lugares, tornando as transações seguras, simples, inteligentes e acessíveis. Usando dados e redes seguros, parcerias e paixão, as nossas inovações e soluções permitem ajudar indivíduos, instituições financeiras, governos e empresas a alcançar o seu maior potencial. O nosso quociente de decência, ou DQ, é um instrumento para impulsionarmos a nossa cultura e tudo o que fazemos dentro e fora da nossa empresa. Com ligações a mais de 210 países e territórios, estamos a construir um mundo sustentável que abre possibilidades Priceless para todos. A Mastercard é o único doador corporativo do Mastercard Impact Fund.