Consumidor já pode pagar suas contas com o rosto

Programas Checkout Biométrico e Start Path da Mastercard viabilizam uso do reconhecimento facial em compras presenciais; brasileira Payface promove primeiro piloto em São Paulo 

Imagine entrar em um supermercado, fazer suas compras e pagar a conta apenas olhando para uma tela em frente ao caixa. Isso mesmo: nada de celular, cartões, senhas e muito menos dinheiro em espécie. Rápido, fácil e seguro. 

O uso do reconhecimento facial para pagamentos já é uma realidade. O primeiro projeto piloto do Programa de Checkout Biométrico da Mastercard está em funcionamento em cinco unidades dos supermercados St Marche na capital paulista. Basta o cliente olhar para uma tela para acessar o programa de fidelidade da rede e pagar suas compras. 

"A identidade digital é o coração da economia digital", afirma Chris Reid, vice-presidente executivo global de Soluções de Identidade da Mastercard, em evento para clientes da empresa realizado no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). "Queremos fazer o consumidor se sentir como se estivesse no mercado do bairro, onde ele não precisa se apresentar de novo e levar um monte de documentos." 

A ideia é que pagamentos presenciais possam ser realizados apenas com um olhar e com a segurança garantida pelas tecnologias de verificação de identidade da Mastercard. "A identidade constrói confiança", diz Reid. O objetivo da Mastercard, líder no mercado de cartões e que se consolida como empresa fornecedora de soluções tecnológicas na área de segurança digital, é ampliar a confiança dos consumidores nas empresas e vice-versa. "Que sejam lugares onde você tem confiança e os outros confiam em você", explica. 

É isso que faz a solução da startup Payface com apoio da Mastercard. O usuário baixa o aplicativo Payface, preenche alguns dados pessoais, tira uma selfie e cadastra qual meio de pagamento quer usar. Numa loja que dispõe da tecnologia, basta dizer que vai "pagar com o rosto". 

Chris Reid, vice-presidente executivo global de Soluções de Identidade da Mastercard

"Queremos fazer o consumidor se sentir como se estivesse no mercado do bairro, onde ele não precisa se apresentar de novo e levar um monte de documentos" 

No caso do St Marche, são dois processos de identificação feitos de uma vez", explica o cofundador e CEO da Payface, Eládio Isoppo. Ao olhar para a tela instalada no caixa, o cliente é identificado pelo sistema, que o reconhece como participante do programa de fidelidade da rede, habilita descontos e realiza o pagamento. Não é necessário tirar o cartão da carteira e nem aproximar o celular da leitora. Ou seja, nenhum problema se você esquecer tudo em casa. 

"Nós promovemos a conexão entre a biometria e os pagamentos", explica Isoppo. De acordo com ele, o uso da tecnologia resulta numa economia de tempo de até 30 segundos por caixa, num aumento de 25% no tíquete médio de gastos dos clientes e num volume grande de recorrências - o que mostra que a experiência agrada e, por isso, os consumidores voltam. 

Os esforços da Mastercard em facilitar a experiência de compra utilizando a biometria também se aplicam no universo online, não apenas nas lojas físicas, graças ao foco da empresa em padrões como FIDO (Fast Identity Online). A Autenticação FIDO é baseada em padrões abertos que substituem logins baseados em senha ou em senha única para promover uma experiência rápida e segura por meio de websites e aplicativos 

PROGRAMA 

A Payface foi selecionada em 2021 para fazer parte do programa global de engajamento de startups da Mastercard, o Start Path. A iniciativa fornece suporte operacional, acesso comercial e investimento estratégico para empresas iniciantes que trabalham com soluções financeiras inovadoras. 

A Payface, por exemplo, usa ferramentas de tokenização dos cartões Mastercard, o que garante altas taxas de aprovação nas transações. 

As startups participantes do programa atuam em áreas como inteligência artificial, "big data", dispositivos vestíveis, logística, segurança, inclusão financeira e pagamentos. Mais de 260 empresas passaram pelo projeto desde seu início, em 2014. Juntas, elas já conseguiram levantar investimentos superiores a US$ 5 bilhões. 

O Programa de Checkout Biométrico, por sua vez, tem por objetivo estabelecer padrões para bancos, lojas e companhias de tecnologia aderirem, e que garantam segurança e proteção de dados pessoais nas operações. 

"Não há nada melhor do que a biometria para provar que você é você mesmo", destaca Reid. Num mundo onde furtos de dados e fraudes são cada vez mais comuns e onde muitos negócios são feitos à distância, tecnologias assim são essenciais.