Mais de 40% dos consumidores acreditam que compartilhar seus dados com empresas seja vantajoso, aponta pesquisa da Mastercard
6 de julho de 2020 | São Paulo | By Pedro Alves- Resultados do estudo feito pela Harvard Business Review apontam para a importância do uso responsável de dados dos consumidores e a necessidade de mantê-los no centro de todas as conversas sobre o uso dessas informações
De acordo com nova pesquisa encomendada pela Mastercard e realizada pela Harvard Business Review, embora 60% dos executivos de companhias acreditem que os consumidores acham vantajoso compartilhar seus dados em troca de benefícios, apenas 44% dos usuários realmente pensam isso.
É fato que o consumidor vem demonstrando cada vez mais disposição em compartilhar seus dados com empresas em troca de benefícios como descontos em supermercados e cafezinhos gratuitos. No entanto, ele ainda se sente receoso em abrir essas informações.
À medida que a conscientização do consumidor sobre como as empresas coletam seus dados tem aumentado, também crescem as preocupações com a privacidade e as exigências para que o compartilhamento seja mais equitativo. Quase 70% dos consumidores pesquisados disseram que as organizações obtêm mais benefícios dessa coleta de dados do que eles e quase três quartos dos respondentes da pesquisa da HBR disseram que prestam atenção em como as instituições coletam e usam seus dados. Isso significa que, para aumentar o valor que os clientes atribuem ao compartilhamento de dados, o setor deve priorizar seu uso ético e melhorar suas práticas de gerenciamento de dados.
"Essa desconexão existe porque a maioria das empresas não coloca o consumidor no centro de tudo o que faz", afirma JoAnn Stonier, Chefe Global de Dados da Mastercard. "Eles usam essas informações sem considerar como os clientes se sentem sobre elas, e apenas concluem que o que estão fazendo é o que os usuários querem. As informações pessoais são apenas isso: pessoais. É cada vez mais importante que as companhias sejam atenciosas, éticas e responsáveis na maneira como coletam e protegem essas informações", complementa.
A pesquisa revelou ainda que 68% dos entrevistados acreditam que, quando se trata do uso comercial de dados do consumidor, as empresas tiram melhor proveito do negócio. No entanto, embora 88% dos executivos pesquisados tenham dito que a preocupação do consumidor é algo que eles priorizam nas práticas de gerenciamento de dados da empresa, apenas 51% disseram que privilegiam a melhor segurança e privacidade para evitar que dados pessoais sejam comprometidos.
Apenas 36% dos executivos entrevistados afirmaram priorizar o anonimato ou a não identificação dos dados pessoais antes de compartilhá-los ou analisá-los, e menos de um terço prioriza informar os consumidores com total transparência sobre como seus dados pessoais são coletados, usados e compartilhados.
Para 62% dos consumidores, a fraude e o roubo de identidade são as principais preocupações. Por isso, a importância de as empresas priorizarem a segurança dos dados do usuário. Informações anônimas, por exemplo, ainda podem ser usadas de várias maneiras que beneficiam os consumidores, como recompensas personalizadas, maior conveniência e novos produtos especializados.
"Os resultados da pesquisa reforçam a importância do uso responsável de dados pessoais e a necessidade de garantir que os consumidores estejam no centro de todas as conversas sobre o uso de dados", afirma Dimi Dosis, Presidente da Mastercard Advisors. Um terço dos consumidores afirmam não querer compartilhar suas informações com terceiros, mas apenas 10% dos executivos veem isso como uma preocupação.". "É simples: quanto mais dados são gerados, mais a segurança e a privacidade tornam-se maior prioridade".
Para as empresas, isso significa incorporar responsabilidade e integridade em suas práticas de gerenciamento de dados, comprometendo-se a fornecer precisão, qualidade e inovação e trabalhando ativamente para minimizar a parcialidade. A transparência também é necessária na maneira como as informações do consumidor são usadas: cerca de um terço dos clientes disseram querer mais controle sobre como sua privacidade é utilizada. No entanto, a pesquisa revelou que apenas 22% das empresas priorizam dar aos consumidores esse controle. Existem consequências significativas para as instituições que não gerenciam adequadamente o sigilo dos dados. Cerca de metade dos consumidores disseram que pararam de comprar de um varejista porque estavam desconfortáveis com sua declaração de privacidade.
Em 2019, a Mastercard lançou o Data Responsibility Imperative para incentivar as organizações a trabalharem juntas e, assim, proteger a privacidade dos dados do consumidor. O programa é baseado no conjunto de princípios básicos da Mastercard que orientam a coleta, o gerenciamento e o uso ético dos dados, ou seja, o consumidor possui, controla e deve se beneficiar do uso, enquanto a organização quem a coleta deve protegê-los. No futuro, os consumidores terão uma lista de ações específicas que desejam que as empresas realizem nos próximos 12 meses. Isso inclui solicitar regularmente seu consentimento para usar suas informações pessoais, dando aos clientes maior controle sobre como seus dados são usados e uma moratória sobre o seu compartilhamento sigiloso com terceiros, caso os consumidores não recebam nada de valor em troca.
"Na Mastercard, acreditamos que os consumidores devem se beneficiar do uso de seus dados pessoais e que eles devem ser usados para tornar sua vida mais fácil e positiva. Mas, claramente, as organizações devem trabalhar ainda mais para fechar a lacuna", complemente Dosis.
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