INOVAÇÃO

FinShopping, FinGaming, FImpact: o que eles têm em comum?

8 DE dezembro 2022 | Por Thiago Dias
3 tendências fintech que antecipam o 2023 de um setor que não pára de crescer.

Segundo um estudo do IDB (Inter-american Development Bank), o segmento fintech da América Latina e Caribe se multiplicou nos últimos três anos. O número de empresas fintech chegou a 2.482 em 2021, o que equivale a um crescimento de 112% em relação a 2018. A pesquisa do IDB aponta que quase um quarto do total das fintechs do mundo são da América Latina e do Caribe, e que o maior crescimento se deu nos mercados menores, como Peru, Equador e República Dominicana.

O investimento no setor também teve um crescimento exuberante: os 1,3 bilhão de dólares investidos em 2018 chegaram a 8 bilhões de dólares até o final de 2021, segundo o IDB. E, embora 2022 tenha começado com números mais baixos devido a fatores geopolíticos, a partir da segunda metade do ano, os investimentos começaram a se recuperar novamente.

O segmento fintech está em plena evolução na região. Se no início o foco era aumentar sua base de usuários, agora as fintechs visam melhorar o serviço ao consumidor com propostas de valor que gerem engajamento e rentabilidade.

3 tendências

Alcançar mais pessoas e oferecer propostas customizadas é o objetivo comum das três novas tendências que sinalizam o futuro do segmento fintech.

  1. FinShopping

Consiste em incluir a experiência de compra de qualquer produto ou serviço diretamente no aplicativo da fintech. Isso permite que as plataformas prendam a atenção do cliente por mais tempo e multiplica as oportunidades de venda cruzada de produtos. Além disso, ter um cliente autenticado (melhor controle de fraude) e suas informações, como limites e credenciais de pagamento, pode criar uma experiência muito simples, conveniente e segura para a fintech e para o cliente.

A C6 Store, Inter Shop (Banco Inter) e o marketplace do Nubank são bons exemplos dessa tendência, que vemos avançando nos bancos digitais em geral.

  1. FinGaming

É uma proposta de valor totalmente focada nos e-sports gamers, um segmento gigante que se posiciona como um público cada vez mais valioso e com diferentes elementos de gamification associados ao comportamento do consumidor. MAXIMO, do Peru, é um bom exemplo da transformação fintech: começou com uma carteira digital e um cartão pré-pago e agora tem um passion card com os designs da League of Legends, que também oferece cashback e produtos para gamers através de uma loja conectada, onde você pode trocar pontos no jogo.

O Itaú lançou uma nova marca, a Players Bank by Itaú, com passion cards da League of Legends e atividades de marketing no metaverso.

  1. Prosperidade

A terceira tendência agrupa duas abordagens: Fincare e FImpact. Ambas impactam o cliente e a comunidade onde ele está.

O segmento Fincare coloca a tecnologia ao serviço do cliente para melhorar sua "saúde financeira". Agora na América Latina, o N26, um dos mais famosos bancos digitais da Europa, identifica uma necessidade e projeta produtos e serviços em colaboração com seus clientes para ajudar a gerenciar melhor suas finanças pessoais. Através de uma jornada de conteúdos (com vídeos, quizzes) e do acesso a ferramentas que permitem observar seu comportamento financeiro, o N26 orienta o cliente na administração de suas finanças e oferece até recomendações.

A tendência FImpact, por outro lado, é mais guiada pelos critérios de ESG (Environmental, Social and Governance). O Impact Bank do Brasil, por exemplo, investe uma porcentagem de todos os seus lucros em fundos de impacto local nas comunidades onde possui negócios. Em todas as regiões onde outras empresas não chegam devido à digitalização escassa, eles transmitem a mensagem de que, quanto mais tecnologia você usa, mais impacto vai gerar em sua comunidade.

Cripto no horizonte

Outra tendência fintech que aparece com força é a funcionalidade de conectar um cartão a um saldo de criptoativos que permite que o consumidor faça compras. A Mastercard esta trabalhando com mais de 60 parceiros de negócio no mundo para trazer mais essa opção ao consumidor. Na América Latina, já há vários desses programas com diversas empresas como Buenbit, Binance e Belo na Argentina, e alguns outros que deverão ser lançados em breve.

Espera-se que o segmento de criptomoedas aproveite os aprendizados das fintechs, pois assim sua transição para a lucratividade será mais rápida.

As fintechs estão moldando os Serviços Financeiros. Nessa nova etapa de expansão, as propostas inovadoras são fundamentais, não apenas para aumentar a lucratividade, mas também para atrair os consumidores que ainda lidam com dinheiro a aderirem aos pagamentos digitais.

Contato de imprensa

Andrea Denadai, Mastercard