Inovação

Como transformar uma visão em uma startup de sucesso, na voz de duas empreendedoras latino-americanas

20 DE Outubro, 2022
O que é preciso para transformar uma ideia em uma inovação e uma startup em uma empresa que vai longe?

O Programa Global Start Path Empodera da Mastercard busca fortalecer o ecossistema digital e promover a participação de mais mulheres na criação de novos negócios que contribuam para resolver os problemas de inclusão financeira. Em todo o mundo, mas especialmente na América Latina, as fintechs oferecem uma boa oportunidade para permitir o acesso de mais pessoas ao sistema financeiro por meio de tecnologias inovadoras. 

Perguntamos a opiniao  de duas empreendedoras sobre o crescimento do setor diante da dinâmica do mercado e das tecnologias em constante evolução:

  • Maite Muniz, co-fundadora e CFO da Truora, uma plataforma digital da Colômbia que simplifica as interações entre empresas e seus usuários, de marketing à aquisição de clientes, garantindo uma comunicação constante com os usuários digitais. 
  • Dulce Frau, fundadora e CEO da Locales Conectados, uma fintech chilena que busca descentralizar a economia levando o consumo aos comércios de bairro. Esse empreendimento opera por meio de carteiras digitais que funcionam sem app ou internet e não cobram comissão pelas vendas aos negócios locais.

Maite Muniz, co-fundadora e CFO da Truora

Qual foi sua lição mais valiosa até hoje como fundadora/CEO de uma startup?

Durante o percurso de carreira, a maioria das pessoas sente medo, tem dúvidas ou inseguranças, mas agir mesmo diante dessas situações é o que realmente faz a diferença. É o que nos permite prosperar apesar das incertezas. 

Qual é o maior erro que o líder de uma startup pode cometer ao embarcar na fase de crescimento da empresa?

Esquecer da importância de comunicar claramente as expectativas do mercado à equipe. Empreendedores estão sempre se esforçando para que o produto deles conquiste um lugar no mercado. E é essa execução que determina o sucesso de um negócio. Mas, à medida que a empresa cresce, comunicar à equipe que ainda haverá fases de testes, que a adequação do produto ao mercado (PMF, Product Market Fit) ainda é o objetivo e trocar ideias sobre a cultura da empresa são fatores que se tornam mais complicados com o crescimento. 

Qual é a tendência fintech que você acha mais interessante?

À medida que os clientes digitais vão se cansando da tecnologia, eles ficam mais seletivos e difíceis de impressionar. Testemunhamos como as fintechs estão inovando em processos de integração de clientes e em canais mais diretos de comunicação. As fintechs estão fazendo muito para melhorar a experiência do usuário (por exemplo, com gerentes de conta personalizados, o uso do WhatsApp para responder perguntas ou para marketing, vídeos e "reels" que explicam os benefícios, termos e condições breves e fáceis de entender, logins que são concluídos em uma única etapa, etc). E isso vai além dos tradicionais canais digitais, já que também há uma tentativa de melhora no plano físico, como por exemplo, com o envio de um presente com seu novo cartão de crédito.  

Qual tecnologia você acha que tem mais potencial para transformar seu setor?

Na América Latina o WhatsApp é a rede social com maior poder disruptivo. É o principal canal de comunicação na América Latina porque permite eliminar as barreiras dos altos custos dos planos de telefonia. Está começando a mostrar que é capaz de alcançar mais pessoas e gerar mais engajamento. 

Dulce Frau, fundadora e CEO da Locales Conectados

Qual foi sua lição mais valiosa até hoje como fundadora/CEO de uma startup?

Por um lado, a primeira lição importante que tivemos é que você nunca para de aprender. Nunca estamos totalmente preparados para ser CEO ou criar uma startup e aceitar isso nós dá coragem para continuar avançando a cada dia e acreditando em nosso projeto. E também, que aprendizagem vem através da experiência, por meio da ação, e por outro lado, que sua startup tem que trazer uma solução para os problemas das pessoas, não apenas uma realização pessoal ou a realização de um sonho individual.  A solução deve ser pensada para os outros e não apenas para você.

Qual é o maior erro que o líder de uma startup pode cometer ao embarcar na fase de crescimento da empresa?

Apaixonar-se pela solução e não pelo problema. Não ser capaz de identificar o momento em que se deve fazer alterações no produto para que o crescimento seja real e tenha impacto. 

Qual é a tendência fintech que você acha mais interessante?

Eu acho que o mais interessante é que a fintech em si está se tornando uma tendência, começando a se posicionar fora de seu nicho de tal forma que as pessoas estão começando a escolher produtos fintech em vez de serviços bancários tradicionais. E isso força o banco tradicional a agir mais rápido, se flexibilizar e diminuir as barreiras para recuperar o atraso.

Qual tecnologia você acha que tem mais potencial para transformar seu setor?

Acredito que o desafio não está na tecnologia em si, mas na capacidade do mercado em fazer com que essa tecnologia chegue ao maior número de pessoas, especialmente àquelas que são excluídas financeiramente. Criar tecnologia por criá-la não faz sentido se não nos esforçarmos para colocá-la nas mãos das pessoas e suprir as necessidades delas, principalmente, nas mãos daqueles que têm renda mais baixa e que representam a maioria da população mundial.

Contato de imprensa

Andrea Denadai, Mastercard